Após dias de intensos confrontos com o Hezbollah, o conflito na região tomou um rumo ainda mais grave nesta terça-feira, 1º de outubro. O Irã lançou ataques diretos com mísseis contra Israel, enquanto Israel iniciou uma invasão terrestre no Líbano, ampliando significativamente as tensões. A escalada sugere que uma guerra regional completa, temida desde os ataques de 7 de outubro de 2023, está mais próxima do que nunca.
Há uma expectativa de que Israel possa retaliar com ataques aéreos contra o Irã, possivelmente visando instalações nucleares, uma operação que o país vem preparando há mais de duas décadas. O ataque iraniano, que começou na noite de 1º de outubro, foi precedido por alertas dos governos americano e israelense. Em cidades como Tel Aviv e Jerusalém, a população correu para abrigos antiaéreos. O Irã lançou cerca de 200 mísseis balísticos, mas tanto Israel quanto os EUA confirmaram que os sistemas de defesa interceptaram os projéteis, sem relatos de mortes em Israel. "Parece que o ataque foi neutralizado", disse Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente dos EUA, Joe Biden.
O ataque iraniano vai além das baixas imediatas. Analistas israelenses acreditam que isso pode ser uma oportunidade estratégica para lidar com a ameaça nuclear do Irã. O ataque fracassado do Irã em abril, quando mais de 300 mísseis foram interceptados, expôs vulnerabilidades em suas defesas, o que agora pode encorajar Israel a uma retaliação em larga escala. As incursões israelenses no Líbano, que começaram em 30 de setembro, foram inicialmente limitadas, mas há sinais de uma operação maior em andamento.
Israel considera a criação de uma zona-tampão ao longo da fronteira com o Líbano, permitindo que cerca de 60.000 israelenses evacuados possam retornar com segurança às suas casas. Apesar de os combates diretos com o Hezbollah ainda não terem começado, a inteligência israelense indica que cerca de 2.000 combatentes de elite do Hezbollah permanecem na região.
O Hezbollah, fortalecido por sua participação na guerra civil síria, é um oponente formidável em um terreno difícil e montanhoso. No entanto, as Forças de Defesa de Israel (FDI) têm experiência em combates prolongados, após um ano de conflitos na Faixa de Gaza, e contam com forte apoio aéreo. A operação israelense parece contar com o apoio dos EUA, que reconhecem o direito de Israel de se defender contra o Hezbollah. No entanto, há uma advertência sobre o "desvio de missão", com os EUA preocupados com uma escalada ainda maior.
Muitos israelenses estão cautelosos em relação ao entusiasmo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu e sua coalizão para aumentar a ofensiva contra o Hezbollah. "O Líbano já nos trouxe grandes problemas antes", alerta Tamir Hayman, ex-general das FDI. Ele sugere que Israel deve definir objetivos claros e determinar que tipo de cessar-fogo aceitará para evitar um desastre no Líbano.
Com o risco de um confronto direto entre Israel e o Irã, as tensões aumentam não apenas para os envolvidos, mas para todo o Oriente Médio.
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